quinta-feira, 20 de junho de 2019

PERCURSO PEDESTRE “PRAIA DA VIOLA”


PERCURSO PEDESTRE “PRAIA DA VIOLA”


Ponto de Partida: Rua do Forno da Telha, Lomba da Maia
Ponto de Chegada- Maia
Extensão: 3,6 km (aproximadamente)
Duração média: 2 h
Grau de Dificuldade: Difícil
Grau de Perigosidade: Elevado
Forma: Linear

O percurso inicia-se na Rua do Forno da Telha, na Lomba da Maia, muito próximo do cemitério da freguesia. A freguesia da Lomba da Maia ocupa uma área de 20,5 km2 e tem uma população, segundo os Censos de 2001, de 1174 habitantes, que se dedica maioritariamente à agricultura e à pecuária.

No que diz respeito à agricultura, a Lomba da Maia e as freguesias limítrofes são as de maior produção de batata branca ou inglesa (Solanum tuberosum) na ilha de São Miguel. Este papel predominante da agricultura na vida dos cidadãos da freguesia, é notada nos campos em redor deste ponto, onde se pode observar diversas culturas como, por exemplo, e para além das mencionadas batatas, as ervilhas (Pisum sativum), os tomates (Lycopersicum esculentum), as cebolas (Allium cepa) e a vinha (Vitis vinifera).

Através de José do Melo Lindo, a Lomba da Maia está ligada aos primórdios da indústria de lacticínios na ilha de São Miguel. Com efeito, terá existido na Lomba da Maia, no final do século XIX e nos primeiros anos do século XX, uma fábrica de lacticínios, primeiro como sucursal de uma fábrica existente na Ribeira Grande pertencente aos industriais João Borges e Caetano Velho Cabral, a trabalhar, devido à escassez do leite, apenas nos meses de Junho, Julho e Agosto.

O segundo ponto de paragem faz-se junto às Azenhas da Viola, um conjunto de moinhos de água já em ruínas, muito próximo da Ribeira do Salto. Neste posto, pode-se apreciar, entre outras, as seguintes espécies características da vegetação costeira: a erva-leiteira (Euphorbia azorica), a figueira-brava (Pericalis malviflora), a faia (Myrica faia), o Tolpis fruticosa, o bracel-da-rocha (Festuca petraea), a diabelha (Plantago coronopus), a urze (Erica azorica), o queiró (Calluna vulgaris), a cenoura-brava (Daucus carota ssp. azoricus), o bermim (Silene vulgaris ssp. maritima) e o Limonium vulgare ssp. serotinum.

A praia de areia, conhecida pelas populações das freguesias mais próximas como Praia da Viola, constitui o terceiro posto. Neste local, para além das plantas expontâneas, como a diabelha (Plantago coronopus), o cubre (Solidago sempervirens), a figueira-brava (Pericalis malviflora), as chagas (Tropaeolum majus), o agrião d’água (Nasturtium officinale), o bracel-da-rocha (Festuca petraea), a cana (Arundo donax) e o feto (Cyrtomium falcatum), pode-se encontrar algumas espécies cultivadas, como é o caso da espadana (Phormium tenax) e o inhame (Colocasia esculenta), planta que se adapta bem a terrenos alagados, como são os desta zona.

O quarto posto situa-se junto às Azenhas do Nateiro, um conjunto de moinhos de água em ruínas que, outrora, aproveitavam o caudal da Nascente do Nateiro para a moagem de cereais. A presença de moinhos nesta zona da ilha é bastante antiga. Com efeito, Gaspar Frutuoso refere a presença de moinhos de água na Maia no século XVI, os quais se mantiveram em actividade até meados do século XX

O posto 5 localiza-se na ponte da Ribeira da Faleira, a qual passa pelo povoado da Lombinha da Maia, situado a cerca de 3 km da sede da freguesia, a Maia. A Ribeira da Faleira tem origem a uma altitude aproximada de 580 metros, na zona central da ilha de São Miguel. Nas margens da Ribeira da Faleira, predomina a cana (Arundo donax), uma espécie que, junto à costa, é utilizada em sebes, sobretudo em terrenos de vinha. Existem, ainda, o incenso (Pittosporum undulatum) e a conteira (Hedychium gardnerianum

O percurso acaba na estrada que liga a Maia à Lombinha da Maia, no local onde esta se cruza com o estreito carreiro que liga até à Praia da Viola. Daqui, tem-se uma vista muito aprazível do povoado da Maia.

A freguesia da Maia, com uma superfície de 21,97 km2 e 1901 habitantes, de acordo com os Censos de 2001, fica a cerca de 17 km da cidade da Ribeira Grande e a 36 km de Ponta Delgada. O seu nome deriva do de uma fidalga moradora na localidade no final do século XV, Inês da Maia.

Teófilo Braga
(Terra Nostra, 292, 11 de agosto de 2006)


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