segunda-feira, 17 de junho de 2019

PERCURSO PEDESTRE “TRÊS LAGOAS”



PERCURSO PEDESTRE “TRÊS LAGOAS”

Ponto de Partida e de Chegada – Posto de Recolha de Leite do Sanguinal (Vila Franca do Campo)
Extensão: 8 km
Duração média: 3h
Grau de Dificuldade: Fácil
Grau de Perigosidade: Baixo
Forma: Circular


O percurso pedestre inicia-se junto do Posto de Recolha de leite do Sanguinhal, na denominada estrada do Carreiro, em Vila Franca do Campo. Deste ponto, situado na margem de um afluente da ribeira Seca, podemos observar o Pico da Cruz, a Oeste, e o Pico da Roça Velha, a Este, cujas altitudes são 706 e 554 metros, respectivamente. Toda a área circundante está coberta por pastagens e por pequenas matas de criptoméria (Cryptomeria japonica).

O segundo posto situa-se a cerca de 1200 metros a Norte do primeiro, num local onde a estrada encontra um pequeno caminho a Este que dá acesso a um bebedouro artificial e a uma pastagem. A pouca distância daqui, a estrada bifurca em duas direcções: uma, a da direita, rumo ao Espigão do Salto e Monte Escuro e a outra em direcção ao Pico da Cruz. Neste local, a ocupação dos solos é semelhante à referida anteriormente. É de mencionar, no entanto, a presença de alguns pés de azáleas (Rhododendron indicum), groselheiras (Elaeagnus umbellata), tamujos (Myrsine africana), urzes (Erica azorica) e fetos reais (Osmunda regalis).

Saindo do posto anterior deve percorrer-se a pastagem existente, de modo a que a ribeira fique sempre à nossa esquerda. Depois, deve-se contornar o Pico da D. Guiomar, pelo lado esquerdo, até se chegar às margens da lagoa do Areeiro, situada no interior da cratera de um pequeno cone vulcânico.

No Pico da Dona Guiomar podem ser observadas comunidades vegetais, que apresentam espécies da flora natural dos Açores, como o folhado (Viburnum tinus), a uva da serra (Vaccinium cylindraceum), o louro (Laurus azorica) e o sanguinho (Frangula azorica).

Nas águas límpidas da lagoa, que não é povoada por espécies piscícolas, surgem algumas plantas aquáticas, como é o caso do Potamogeton sp. e Eleocharis sp.

O posto 4 situa-se nas margens da Lagoa dos Nenúfares, pequena lagoa localizada a SE da Lagoa do Congro, que deve o seu nome ao facto de se apresentar quase coberta por nenúfares (Nymphaea alba). A área envolvente está ocupada por uma mata de criptoméria e por incensos (Pittosporum undulatum). No atalho que bordeja a lagoa e no de acesso ainda se podem observar algumas azáleas e cedros (Chaemocyparis lawsoniana).

Nas suas águas, para além dos nenúfares, é possível observar algumas espécies como o Hypericum elodes, o Potamogeton polygonifolius, o junco (Juncus efusus) e o Scirpus fluitans. A lagoa é povoada por peixes vermelhos (Carassius auratus) e pelo tritão de crista (Triturus cristatus), anfíbio que foi referenciado na Ilha de S. Miguel, desde 1922.

O último posto do percurso localiza-se nas margens da lagoa do Congro. A Lagoa do Congro ocupa um maar. Com aproximadamente 1,25 Km de perímetro, a Lagoa do Congro apresenta um espelho de água com cerca de 0,1 Km2 de área e encontra-se cerca de 20 metros afundada na caldeira.
Para além das espécies predominantes como a criptoméria, a acácia e o incenso, é digno de registo a presença de uma espécie endémica da Madeira, o til (Ocotea foetens).
Nas suas águas, apenas é referenciada a presença da carpa (Carpa sp.) e da perca-do-rio (Perca fluviatilis).

Teófilo Braga

(Terra Nostra, 10 de março de 2006)

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