sexta-feira, 21 de junho de 2019

PERCURSO PEDESTRE “FURNAS”


PERCURSO PEDESTRE “FURNAS”


Ponto de Partida e de Chegada: Largo Marquês da Praia e Monfort
Extensão: 11 km (aproximadamente)
Duração média: 3 h 30 min
Grau de Dificuldade: Fácil/Médio
Grau de Perigosidade: Baixo
Forma: Circular

O percurso pedestre tem início no Largo Marquês da Praia e Monfort, onde se situa um dos acessos ao mais importante parque da ilha e um dos maiores jardins açorianos, o Parque Terra Nostra. A sua construção deve-se à iniciativa de Tomaz Hickling, vice-cônsul americano que chegou a S. Miguel em 1769, e que maravilhado com o Vale das Furnas, adquiriu um terreno e construiu a sua casa de campo - o "Yankee Hall" - no meio de um jardim.

Num terreno anexo ao jardim, em 1935, foi aberto o Hotel Terra Nostra. Em 1936, toda a propriedade foi adquirida pela “Sociedade Terra Nostra”, que desde então tem feito grandes beneficiações. No “Parque Terra Nostra”, com 12,5 hectares de superfície, o visitante poderá observar não só, uma variedade muito rica de espécies oriundas dos quatro cantos do mundo, mas também um espaço onde poderá encontrar alguns exemplares da flora primitiva dos Açores.
O posto 2 localiza-se nas “Caldeiras da Lagoa das Furnas”, que corresponde a um dos mais importantes campos fumarólicos dos Açores. As fumarolas aqui existentes resultam da ascenção do vapor de um aquífero em ebulição, localizado a cerca de 160 metros de profundidade e à temperatura de 200º C.
A Lagoa das Furnas ocupa uma área de cerca de 2 Km2 e possui uma profundidade máxima de cerca de 12 metros. As primeiras introduções de peixes que conhecemos são a de ruivos (Rutilus rutilus), efectuadas no final do século passado pelo consúl inglês George William Hayes, e as de carpas (Cyprinus carpio) e percas (Perca fluviatilis), entre 1895 e 1913, por José Maria Raposo Amaral. Depois destas, muitas outras se seguiram e num estudo efectuado, em 1992, por Helena Flor de Lima foi identificada a presença das seguintes espécies piscícolas: ruivo, perca, sandre (Stizostediom lucioperca), carpa comum e lúcio (Esox lucius).
O terceiro ponto de paragem é junto à Ermida de Nossa Senhora das Vitórias, mandada edificar por José do Canto em cumprimento de um voto feito por ocasião de doença de sua esposa. A ermida, que foi inaugurada a 15 de Agosto de 1886, é, no dizer de Urbano de Mendonça Dias “das mais ricas obras d'arte de toda a Ilha, em cantaria da terra, em estilo gótico do norte da Europa, executada por artistas Micaelenses sob a chefia do Mestre António de Sousa Redemoinho, hábil pedreiro de Vila Franca”.
O quarto ponto de paragem situa-se no cruzamento da estrada regional com um caminho que leva à zona da Lagoa Seca, uma área aplanada onde se situa um viveiro florestal, e que conduz também ao miradouro do Lombo do Milho, de onde se tem uma magnífica vista sobre a freguesia das Furnas. Sensivelmente no centro desta área aplanada encontra-se uma elevação, em forma de doma - o Pico do Gaspar - formada por traquitos de cor cinza clara que, nalguns locais, estão muito alterados.
O último posto localiza-se no anel pomítico do Pico do Gaspar, junto ao cruzamento com o caminho rural dos Castelinhos, de onde é possível seguir para Sul, contornando uma parte deste anel pomítico, no meio de arvoredo composto, entre outras espécies, por criptomérias (Cryptomeria japonica), fetos (Woodwardia radicans), heras (Hedera helix) e uveiras da serra.
A região da Lagoa Seca e do Pico Gaspar é apontada por alguns autores como o local do centro eruptivo de uma erupção vulcânica que terá ocorrido nas Furnas por volta dos anos 1444-45.
A região da Lagoa Seca está ocupada essencialmente por pastagens e por pequenas matas de criptomérias e acácias (Acacia melanoxylon). Neste posto e nos anteriores é possível observar a nossa única ave de rapina diurna, o milhafre (Buteo buteo rotschildi), que aqui nidifica.
Teófilo Braga
(Terra Nostra, 299, 17 de novembro de 2006)

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